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Dispositivo amplia visão bucal por meio de fluorescência óptica - Portal APCD
APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas

Dispositivo amplia visão bucal por meio de fluorescência óptica

Técnica permite que Cirurgião-Dentista identifique estruturas e alterações na cavidade bucal de forma simples, não invasiva e eficaz

A óptica é a parte da ciência que estuda os fenômenos da luz e, desde o princípio da humanidade, tem sido usada para beneficiar o homem. Por consequência, uma das aplicações está no diagnóstico e tratamento de diferentes patologias, em diversos setores da saúde, inclusive a Odontologia. Nesse sentido, a técnica de visualização da fluorescência óptica, emitida pelos constituintes dos tecidos biológicos, tem se tornado um método auxiliar no exame clínico odontológico, devido aos seus inúmeros benefícios.

Considerando essa perspectiva, um equipamento desenvolvido no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) tem apresentado resultados promissores na detecção de complicações bucais, como o câncer de boca. A pesquisa, que foi publicada em diversos veículos importantes dentro da área, inclusive a Revista da APCD, em que o grupo já foi premiado, têm sido desenvolvida sob a coordenação dos professores, Vanderlei Salvador Bagnato, Cristina Kurachi e Sebastião Pratavieira, todos da IFSC-USP.

De acordo com Pratavieira, no uso da fluorescência óptica incide-se uma luz específica sobre o tecido biológico e, logo, recebe-se de volta a luz modificada - conforme a composição bioquímica do local - é amplamente utilizada na medicina moderna. O pesquisador acredita que de fato, “a fluorescência óptica é o principal elemento das atuais técnicas modernas de análise histológicas, onde marcadores fluorescentes específicos identificam a existência de determinadas moléculas que indicam normalidade ou anomalias das células, técnica conhecida como imuno-histoquímica por fluorescência”, diz. Porém, o que ocorre é que o tecido por si só apresenta uma fluorescência característica, sem a adição de marcadores exógenos. “Esta é a essência da técnica que utilizamos”, acrescenta.

Cristina Kurachi conta que “o grupo de pesquisa, junto ao muitos outros ao redor do mundo, vem trabalhando pra estabelecer os fundamentos deste processo. Muitos trabalhos científicos básicos têm sido feitos para entendermos a resposta fluorescente quando células de diferentes naturezas são iluminadas com a luz violeta (cor específica que induz boa resposta de fluorescência)”, relata. Ao longo desses anos, os entendimentos da pesquisa culminaram com o desenvolvimento de técnicas, que apenas pela imagem fluorescente - sem a necessidade de remoção tecidual -, dão indicativos seguros da existência de lesões mesmo ainda em estágios iniciais. “Uma vez estabelecido esse conhecimento básico, nosso objetivo passou a ser o desenvolvimento da capacidade de ampliarmos a visão do Cirurgião-Dentista, para que possa ser um elemento importante no diagnóstico precoce de lesões bucais”, aponta a especialista. Para concluir, Kurachi menciona que “isto é necessário pelo fato que o Cirurgião-Dentista é hoje o profissional que examina a cavidade oral com maior frequência e maior cuidado. Queremos que o profissional esteja devidamente preparado e instrumentado para realizar um  rastreio de lesões bucais de toda a natureza.” Vanderlei S. Bagnato, adiciona: “com o uso da fluorescência conseguimos identificar e caracterizar várias alterações na cavidade bucal. No tecido duro, identificamos a presença de trincas, cárie, restaurações imperfeitas e presença de placa bacteriana. No caso do tecido mole, podemos identificar diversas neoplasias, acompanhar sua evolução e o pós-tratamento”.

O dispositivo: aplicabilidade, eficácia e revisão clínica

Ao longo de quase uma década, profissionais do mesmo grupo de pesquisa, vêm trabalhando em técnicas que utilizam luz para o tratamento de doenças bucais como, por exemplo, controle microbiológico, câncer, terapêuticas para mucosite, tratamento periodontico e outros. Além desse desenvolvimento terapêutico, Vanderlei Bagnato, destaca que em paralelo, o grupo tem trabalhado com padrões de imagem, bem como modificações espectrais de lesões bucais. “Como resultado de todo o conhecimento científico adquirido, realizamos em cooperação com uma empresa nacional a idealização de um instrumento de fácil uso e baixo custo para permitir a todo profissional de Odontologia o uso da visão da fluorescência, como apoio em diagnóstico. Após muitos estudos clínicos, o aparelho denominado Evince (evidenciador bucal por fluorescência), foi devidamente testado e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A partir desse ponto, diversos estudos foram organizados, incluindo parceiros de diversas localidades do Brasil (Hospital AC Camargo; Universidade Estadual Paulista - Unesp de Araçatuba e Araraquara; Universidade de Araraquara - Uniara; Universidade Federal de São João Del-Rei em Divinópolis, Minas Gerais; entre outros) com o intuito de podermos ter o uso adequado do aparelho para identificar lesões bucais, cárie, trincas e muitas outras alterações na cavidade bucal”, disserta.

O sistema é basicamente composto por arranjos de LED’s (diodos emissores de luz), emitido na região violeta-azul do espectro eletromagnético, e por um conjunto de filtros ópticos que permitem a visualização da fluorescência. Todo este conjunto forma uma peça de mão, por meio da qual é feita a observação direta da fluorescência no visor. O equipamento apresenta três níveis de irradiância de iluminação: alto, médio e baixo. Cristina Kurachi menciona que “o Evince é composto de fontes de luz e espelhos ópticos que ampliam nossa visão tradicional. A fluorescência óptica é complementar à análise visual tradicional e anamnese do paciente”, considera a pesquisadora.

Sobre as futuras vertentes do estudo, Prataviera reitera que “o grande desafio enfrentado pelas áreas da saúde, de um modo geral, e em específico para a Odontologia, reside em termos capacidade de diagnosticar certas doenças mesmo antes delas se manifestarem. Na Odontologia, a disposição do profissional em determinar níveis microbianos acima do normal ou mesmo alterações da mucosa bucal em seus estágios iniciais é fundamental para que possamos tratar com sucesso doenças relacionadas a isso. Teremos que tratar a saúde antes que ela vire doença. Nesse contexto, técnicas extremantes precisas e não invasivas, como é o caso da fluorescência ocupam lugar de destaque. ” Cristina Kurachi completa: “a consolidação da técnica de fluorescência óptica na Odontologia certamente tornará o profissional ainda mais preparado para sua plenitude de ação profissional. Ser capaz de inspecionar toda a cavidade bucal com instrumentação adequada, coloca a Odontologia além dos dentes. Profissionais com tal leque de qualificações é o desejo de toda a sociedade”.

Para rematar, Bagnato, reforça: “a fluorescência óptica tem um potencial muito grande em diversas áreas, e especialmente na Odontologia pode ser um diferencial. Treinamentos para o uso correto da técnica e a interpretação exata da visualização de fluorescência ainda são necessários. Contudo, no Brasil pesquisadores altamente capacitados estão desenvolvendo e aplicando a técnica. E com isso, um equipamento inteiramente nacional está disponível à classe odontológica, logo, isso coloca o Brasil em pé de igualdade com países como EUA, Canadá e Europa, para fazer assim, com que no futuro a fluorescência óptica faça parte da rotina de um consultório”.

Relevância clínica e científica das luzes no diagnóstico

Existem inúmeros tipos de fontes de luz, desde os mais simples, até os mais complexos. Algumas fontes possuem emissão de várias cores e outras apenas de uma única cor. Entretanto, independente da fonte, quando é incidida luz em um material, como, por exemplo, na boca, observa-se a ocorrência de variadas fenômenos. Como é o caso da fluorescência, utilizada na pesquisa. O vice-diretor do Departamento de Laser da APCD, Aldo Brugnera Junior, enfatiza que as luzes para o diagnóstico começaram há alguns anos a serem pesquisadas. “Na realidade, as luzes estão presentes em todos os momentos da nossa vida e, principalmente, os raios laser e recentemente, os LEDs”, diz.

De acordo com Brugnera, hoje a luz é referência para singularizar o diagnóstico, mas especificamente na Odontologia, o diagnóstico com luz tem sido utilizado diariamente. O Cirurgião-Dentista menciona que há mais de dois anos o diagnóstico está sendo empregado na primeira consulta dos pacientes, que segundo ele, com essa análise imediata e preventiva, “conseguimos evidenciar restaurações antigas, placa dental e gengival, uma área que já esta tendo grande porte de sangue e que pode dar um indicativo de tumor no futuro, processos inflamatórios e outros. Tudo pela reflexão da luz. Então, estamos falando de uma Odontologia que vem para trazer mais saúde para o paciente. Por isso, o Departamento de Laser da APCD está sempre preocupado em trazer essas tecnologias nas conferências, eventos, congressos e no próprio departamento”, finaliza.

Texto Fernanda Carvalho / Foto Sebastião Pratavieira 

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