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Desmistificação do atendimento odontológico em pacientes HIV positivos - Portal APCD
APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas

Desmistificação do atendimento odontológico em pacientes HIV positivos

Pesquisa auxiliará Cirurgiões-Dentistas na avaliação de comorbidades que podem afetar o manejo clínico odontológico

Nos últimos 30 anos, a epidemia da AIDS – causada pelo vírus HIV – já custou mais de 35 milhões de vidas. Ao mesmo tempo, a resposta à epidemia gerou um movimento global que transformou a forma de se abordar questões de saúde e de desenvolvimento. Colocando em evidência este assunto, dados publicados pela Unaids Brasil (Joint United Nations Program on HIV/AIDS) – um programa criado pela ONU para auxiliar na epidemia da AIDS – referentes ao ano de 2016, mostrou que 36,7 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com HIV e que, recentemente, houve cerca de 1,8 milhão de novas infecções pelo vírus.

Considerando essa perspectiva, a boca pode ser a sede de uma série de alterações relacionadas direta ou indiretamente com a infecção pelo HIV. Em decorrência da epidemia que se disseminou pelo país e no mundo na década de 1980, há 29 anos a Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fousp) inaugurava o Centro de Atendimento a Pacientes Especiais (Cape), uma clínica odontológica voltada à pacientes com necessidades especiais, particularmente, pacientes HIV positivos. De acordo com a coordenadora do Centro de Atendimento a Paciente Especiais (Cape-Fousp), professora titular da disciplina de Patologia Bucal da FOUSP e coordenadora do curso de especialização em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais da FFO, Marina Helena Cury Gallottini, “a linha de pesquisa sobre as relações da infecção pelo HIV com a saúde bucal resultou em muitas teses e artigos científicos. O último grande trabalho epidemiológico realizado no Cape, sobre esse tema, havia sido concluído em 2007. Frente aos constantes avanços, sentimos a necessidade de avaliarmos o perfil das manifestações bucais dessa população, agora longeva, apesar de ser HIV positiva”, esclarece Marina.

À vista disso, a pós-graduanda Maria Fernanda Bartholo Silva, orientada por Marina, defendeu sua tese de mestrado em torno da realização de um novo estudo similar ao de 2007, a fim de contrastar os resultados obtidos agora com os do passado, além de observar mudanças na saúde bucal de pessoas infectadas pelo vírus e o impacto da maior expansão e acesso ao coquetel de drogas antiretrovirais.

A mestre em Patologia Oral e Maxilofacial e Pacientes Especiais pela Fousp e Estomatologista, Maria Fernanda entrevistou e avaliou clinicamente 101 pacientes HIV positivos, maiores de 18 anos que buscavam tratamento ou já estavam em atendimento no Cape. “A entrevista incluiu um questionário semelhante à de outro trabalho realizado há 10 anos no Cape, para que a comparação dos dados de uma década pudesse ser realizada como, por exemplo, incidência de doenças bucais, sistêmicas e uso de medicações antirretrovirais. Além disso, um questionário denominado OHIP-14 foi aplicado para avaliar o impacto da auto percepção de qualidade de vida relacionada à condição da boca dos participantes”, completa.

Medicamentos antirretrovirais

Os medicamentos antirretrovirais tem se mostrado eficaz, pois inibem a replicação viral, preservam a imunidade do paciente, melhoram a qualidade de vida e reduzem as chances de transmissão do vírus HIV. Mas, ao mesmo tempo, há efeitos adversos quando utilizados em longo prazo. É o caso da lipodistrofia, que resulta na má distribuição da gordura no corpo, principalmente nos braços, pernas, face e nádegas, ou resistência insulínica, que dificulta a quebra dos açúcares e pode acarretar no desenvolvimento de diabetes, por exemplo.

Com base nesses achados, o estudo mostrou que, devido ao maior acesso às terapias antirretrovirais altamente difundidas na década de 1990, houve um aumento da longevidade das pessoas com AIDS que passaram a apresentar incidência cada vez menor de doenças oportunistas bucais. Segundo Marina, “entre os entrevistados (a maioria era homens), todos usavam a terapia antirretroviral altamente ativa (HAART) e grande parte relatou ter sido contaminada via contato sexual há mais de 10 anos.” Além disso, de acordo com os dados da pesquisa, muitos apresentaram lipoatrofia facial ou perda de gordura subcutânea do rosto (32%), seguida por xerostomia, ou boca seca (29%) e, ainda, um aumento de glândulas salivares (11%), mas, sem incidência de doenças bucais oportunistas graves.

Contrapondo o estudo de 2007, Maria Fernanda ressalta que “houve um aumento do número de pacientes com doenças metabólicas – hipertensão, alterações de colesterol, triglicérides e glicemia. A prevalência de cárie e gengivite foi maior nos resultados do estudo da década passada, o que nos permite supor que estes pacientes estão procurando e encontrando, com mais facilidade, atendimento odontológico convencional. Quase 14% relataram que sofreram negativa de tratamento odontológico ao contar para o Cirurgião-Dentista que era HIV positivo”.

Maria Fernanda pormenoriza que “no início da epidemia, por falta de informação e por medo de contaminação, muitos Cirurgiões-Dentistas preferiam não realizar atendimento odontológico no paciente HIV positivo. Com o avanço dos estudos e conhecimentos sobre a doença e sobre o controle de infecção cruzada em Odontologia, o atendimento foi sendo desmistificado. O índice encontrado em nosso estudo de 13,7% de negativas para atendimento se mostra baixo em comparação ao quadro encontrado há alguns anos, mas ainda é alto”. Contudo, Marina acredita que compartilhar essas informações com os Cirurgiões-Dentistas contribua para a inclusão desse perfil de paciente na assistência odontológica pública e privada.

Texto Fernanda Carvalho

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