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O uso de piercing oral na adolescência - Portal APCD
APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas

O uso de piercing oral na adolescência

Sérgio Spezzia – Cirurgião-Dentista - Especialista em Adolescência para Equipe Multidisciplinar e Mestrando em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp)

Recebido em: jun/2015
Aprovado em: ago/2015

Autor de correspondência:
Sérgio Spezzia
Rua Silva Bueno, 1001
Ipiranga - São Paulo – SP
04208-050
Brasil
sergiospezzia@hotmail.com


1. Como pode ser definido o termo piercing oral?
O termo piercing é originário do verbo inglês to pierce, que significa perfurar, e é usado para definir adornos que são fixados em diferentes locais do corpo, através de perfurações. O uso de piercings ocorre nas mais diversas áreas do corpo, dentre as quais, têm-se: nariz, umbigo, mamilos, sobrancelhas, orelhas, órgãos sexuais e região oral, quando as perfurações ou aplicações ocorrem nas áreas por onde atua o cirurgião dentista, como: dentes, lábios, língua, freio lingual e freio labial, denominamos esse piercing de piercing oral. Os três tipos principais de piercings orais, quanto ao formato da barra de material empregada são o labrette (geralmente colocado no lábio inferior), o barbell (usado normalmente na língua) e o anillo (normalmente colocado nos lábios e em menor escala nas zonas laterais da língua).

2. Por que o uso do piercing oral tem se tornado comum na adolescência?
A irreverência do adolescente é incontestável e a teimosia também. Dessa forma, mesmo que os pais não concordem com certos modismos, é difícil impedir que, cedo ou tarde, o filho apareça em casa com alguma novidade no corpo. Muitos adolescentes colocam piercing ou fazem tatuagem para se destacar no grupo ou definir traços de sua personalidade. Normalmente um só adorno não basta e os jovens colocam vários deles espalhados pelo corpo. Ultimamente um dos locais preferidos para uso tem sido a cavidade bucal. Piercing atualmente é moda popular utilizada como uma maneira de diferenciação, principalmente entre os jovens e adolescentes com idade entre 15 e 19 anos. Entre os motivos que levam o indivíduo a justificar essa prática, incluem-se aspectos relacionados ao modismo, rebeldia, necessidade de se diferenciar e também influências éticas ou tribais. Convém ressaltar, em contrapartida, no entanto, que apesar desse comportamento frequentemente ocorrer, enquanto menor de idade, o adolescente não pode fazer aplicações de piercing e está proibido de optar por fazê-las sem a devida autorização por escrito dos seus pais e/ou responsáveis.

3. Por que é importante saber diferenciar como procede a colocação dos piercings orais mais comumente usados?
Dentre os piercings orais, os mais utilizados geralmente são os piercings bucal e o dental. A diferenciação entre o piercing bucal e o piercing dental tende a ser importante no ato em que o paciente adolescente faz sua escolha para uso, uma vez que o dental mostra-se bem menos traumatizante em sua forma de aplicação. No bucal, o acessório é colocado sob efeito de anestesia após perfuração da mucosa dos lábios, bochechas ou da língua. Já no dental, uma pequena lasca de metal brilhante, como ouro ou aço é colado na face externa do dente e nenhuma estrutura dentária é prejudicada ou sequer desgastada. Executa-se, dessa forma, um procedimento que é indolor e que pode ser feito sem o emprego de anestesia.

4. Que possíveis riscos e/ou complicações a saúde bucal dos adolescentes são causadas pelo uso dos piercings orais?
Ocorrem algumas complicações locais, advindo do uso do piercing oral, tais como: hemorragia, inflamação local, aumento do fluxo salivar, reação alérgica ao metal usado na confecção do piercing e trauma ao osso e dentes adjacentes, desencadeando reabsorções e fraturas, respectivamente. No mais, sabe-se que o piercing oral tem sido identificado como o vetor na transmissão de alguns vírus, dentre eles, ressalta-se: o vírus do HIV, das hepatites B, C e G e o do herpex simples, entre outros. Existem ainda, alguns riscos envolvidos mesmo depois que a ferida da perfuração cicatriza ou desaparece, que convém serem citados, como é o caso de se ter a possibilidade de engolir peças soltas que foram empregadas no processo de instalação do piercing ou de se danificar os dentes. Nesse contexto e devido a esses problemas todos que podem ser provocados, a melhor escolha é optar por não fazer o piercing oral. Convém frisar, que existe uma grande falta de conhecimento a respeito dos riscos e malefícios que tem a utilização dos piercings de uma forma geral, inclui-se nesse parecer também o uso do piercing oral como grande causador de danos.

5. Quanto tempo pode durar esse piercing?
Caso o paciente não contraia nenhuma infeção e os piercings orais em uso não interfiram com as funções normais da boca, estes podem ser usados de forma permanente. No entanto, é extremamente importante durante todo o período de uso consultar um cirurgião dentista, na hipótese de se sentir qualquer tipo de dor ou de ocorrer algum outro tipo de problema.

6. Qual deve ser o papel desempenhado pelo cirurgião dentista nesse contexto?
O profissional de saúde, de uma forma geral, deve orientar e apresentar as possíveis complicações ao seu paciente, intervindo quando necessário. A preocupação dos profissionais deve ser fundamentada não apenas nos efeitos deletérios locais, mas nas implicações sistêmicas que podem surgir decorrentes do uso de piercings orais. É fundamental que o cirurgião dentista recomende ao paciente a realização de alguns cuidados, como: remoção e limpeza diária do ornamento; execução de uma higienização bucal adequada, com especial atenção à língua quando da presença de um piercing lingual; evitar hábitos parafuncionais de morder o piercing; procurar auxílio odontológico, caso perceba alterações em dentes ou mucosas e realizar consultas odontológicas periódicas para proservação. O uso do piercing parte de uma opção individual e que pode ser consentida em alguns casos, advindo disso, o profissional deve respeitar o que foi determinado pelo seu paciente, orientando-o da maneira mais clara possível, para evitar que surjam consequências.

 

Referências
1. Holbrook J, Minocha J, Laumann A. Body piercing: complications and prevention of health risks. Am J Clin Dermatol 2012; 13(1):1-17.
2. Inchingolo F, Tatullo M, Abenavoli FM, Marreli M, Inchingolo AD, Palladino A, et al. Oral piercing and oral diseases: A Short Time Retrospective Study. Int J Med Sci 2011; 8:649-52.
3. Maspero C, Farronato G, Giannini L, Kairyte L, Pisani L, Galbiati G. The complication of oral piercing and the role of dentist in their prevention: a literature review. Stomatologija 2014; 16(3):118-24.
4. Simões A, Manso MC, Almeida RF, Pinho MM. Prevalência de Complicações Associadas à Colocação de Piercings Orais. Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac 2014; 55:243-9.
5. Singh A, Tuli A. Oral piercing and their dental implications: a mini review. J Investig Clin Dent 2012; 3(2):95-7.
6. Stein T, Jordan JD. Health considerations for oral piercing and the policies that influence them. Tex Dent J 2012; 129(7):687-93.
7. Stuart ML. Health risks in oral piercings. Tex Dent J 2012; 129(7):660.
8. Vieira EP, Ribeiro AL, Pinheiro Jde J, Alves Sde M Jr. Oral piercings: immediate and late complications. J Oral Maxillofac Surg 2011; 69(12):3032-7.

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