Odontologia - 30.07.2025
“Odontologia biológica”: CROSP alerta para práticas sem respaldo científico e APCD reforça compromisso com a ciência
Entidades se posicionam contra procedimentos pseudocientíficos que colocam em risco a saúde dos pacientes e a credibilidade da Odontologia

A disseminação da chamada “odontologia biológica” tem gerado preocupação entre especialistas, entidades de classe e instituições comprometidas com a ética e a ciência. Em matéria publicada recentemente, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) apresentou uma lista com os 11 principais perigos associados a essa prática, que se apoia em teorias sem respaldo científico e pode induzir pacientes a tratamentos desnecessários, onerosos ou até prejudiciais à saúde.
Entre os alertas, estão a extração de dentes sem indicação clínica, a prescrição inadequada de vitaminas, hormônios e probióticos, a troca injustificada de restaurações de amálgama, a associação infundada entre aparelhos ortodônticos e infertilidade feminina, e a defesa de ideias fantasiosas como a relação direta entre dentes e órgãos específicos do corpo humano.
Segundo informações do CROSP, a ‘Odontologia biológica’ tenta se apropriar do termo ‘Odontologia integrativa’ para confundir pacientes e justificar práticas não reconhecidas pelas especialidades odontológicas. É importante destacar que a Odontologia Integrativa, reconhecida pelo Ministério da Saúde por meio das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) e regulamentada pelo CFO, refere-se a abordagens como acupuntura, fitoterapia e homeopatia — todas baseadas em critérios técnicos e científicos, aplicadas por profissionais habilitados e dentro dos limites legais da profissão.
A matéria destaca ainda que o Conselho Federal de Odontologia (CFO) encaminhou denúncia à Advocacia-Geral da União (AGU), solicitando atuação institucional contra práticas que desinformam a população e colocam em risco a saúde pública.
Posição da APCD
A Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD) reitera seu apoio às ações dos Conselhos de Odontologia na defesa da Odontologia baseada em evidências. A entidade considera inaceitável o uso de termos pseudocientíficos, abordagens enganosas ou condutas clínicas que não estejam amparadas por estudos sérios e revisados pela comunidade científica. A confiança entre paciente e Cirurgião-Dentista se constrói com ética, ciência e transparência. Qualquer prática que desvirtue esse princípio coloca em risco a saúde individual e também a credibilidade de toda a classe odontológica”, destaca o presidente da APCD, Dr. Wilson Chediek.
A APCD reforça que é dever de todo profissional atuar com responsabilidade, oferecendo somente tratamentos validados, devidamente regulamentados e seguros.
Com informações do CROSP