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Periodontia: fundamental para prática odontológica de qualidade - Portal APCD
APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas

Periodontia: fundamental para prática odontológica de qualidade

Especialidade é determinante para manutenção dos dentes saudáveis em longo prazo, fundamental na movimentação ortodôntica, na decisão de extração de determinado dente, e no planejamento estético de reabilitação oral

A Periodontia é uma das especialidades clássicas da Odontologia. A prática de higiene oral já era relatada pelos sumérios, há 3.000 anos a.C.; a etiologia da doença periodontal também era discutida pelo pai da medicina, o grego Hipócrates (460-377 a.C.); entre os romanos, Aulus Cornélius Celsus (25 a.C-50 d.C.) referia-se às doenças que afetavam partes suaves da boca e o seu tratamento; os tratados do médico árabe Albucacis (936-1013) e de Avicenna (980-1037) trouxeram grande contribuição à especialidade; e o médico, matemático e filósofo italiano Girolamo Cardano (1501-1576) parece ter sido o primeiro a diferenciar os tipos de doença periodontal.

Apesar desse histórico, foi no século XVIII que a Periodontia teve grande progresso. Foi neste período que o pai da Odontologia moderna, Pierre Faulchard (1678-1761), introduziu instrumentos específicos para uso da especialidade. Depois, na segunda metade do século XIX, três acontecimentos no campo das ciências da saúde tiveram grande impacto para a área: a descoberta da anestesia, a teoria das doenças causadas por microrganismos e a descoberta dos raios X. Ainda neste século, destacou-se o Cirurgião-Dentista estadunidense, John Riggs (1811-1885), principal autoridade daquele país sobre a doença periodontal e seu tratamento, ele é considerado por muitos como o primeiro especialista em Periodontia por, já naquela época, limitar sua prática neste campo. Já no século XX, a área prosperou ainda mais na Europa Central com dois grandes centros de qualidade superior: Viena e Berlin.

No Brasil, a Periodontia foi reconhecida como especialidade em 1968 pelo extinto Serviço Nacional de Fiscalização da Odontologia (SNFO). A Consolidação das Normas para Procedimentos nos Conselhos de Odontologia (Resolução nº 63/2005) do Conselho Federal de Odontologia (CFO) afirma que o objetivo da especialidade é o estudo dos tecidos de suporte e circundantes dos dentes e seus substitutos, o diagnóstico, a prevenção, o tratamento das alterações nesses tecidos e das manifestações das condições sistêmicas no periodonto, e a terapia de manutenção para o controle da saúde.

O conselheiro fiscal efetivo da Sociedade Brasileira de Periodontologia (Sobrape), Ricardo Guimarães Fischer, que é médico, mestre e PhD em Periodontia pela Universidade de Lund, Mälmö, Suécia, professor titular de Periodontia e coordenador geral de pós-graduação e pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e diretor do Instituto de Odontologia da PUC-RJ, considera a especialidade parte integrante de toda clínica odontológica. “A clínica odontológica não pode existir sem a Periodontia. A manutenção da saúde gengival/periodontal é fundamental para a manutenção dos dentes. A periodontite é uma doença inflamatória crônica, a mais comum na população em geral, e uma das principais causas de perda dentária. Dessa forma, a Periodontia está relacionada diretamente com as especialidades, principalmente Prótese fixa e/ou removível, Ortodontia, Dentística, Endodontia e Implantodontia. Numa época onde as extrações dentárias estão sendo feitas com critérios muitas vezes duvidosos, a Periodontia tem papel fundamental para prever quais dentes poderão ser aproveitados. O tratamento periodontal apresenta resultados clínicos previsíveis, com taxas de perda dentária em torno de 10% em 10 anos de acompanhamento. A Periodontia deveria ser parte decisiva no processo de determinar quais dentes podem ou não ser mantidos numa reabilitação protética, que inclua ou não colocação de implantes osseointegrados. A colocação de implantes é uma excelente opção de tratamento de prótese. A grande questão dos dias atuais é extrair dentes saudáveis para se colocar implantes. Muitos dentes deixariam de ser extraídos desnecessariamente se o periodontista fosse mais consultado. Como diria o professor Jan Lindhe (Universidade de Gotemburgo, Suécia) ‘quanto melhor a periodontia for realizada, menos implantes serão feitos’. A valorização da odontologia, como um todo, passa pela valorização da periodontia”.

Áreas de atuação do periodontista

O CFO estabelece que as áreas de competência para atuação do especialista em Periodontia incluem: a) avaliação diagnóstica e planejamento do tratamento; b) avaliação da influência da doença periodontal em condições sistêmicas; c) controle dos agentes etiológicos e fatores de risco das doenças dos tecidos de suporte e circundantes dos dentes e dos seus substitutos; d) procedimentos preventivos, clínicos e cirúrgicos para regeneração dos tecidos periodontais e peri-implantares; e) planejamento e instalação de implantes e restituição das estruturas de suporte, enxertando materiais naturais e sintéticos; e, f) procedimentos necessários à manutenção de saúde.

De acordo com o diretor do Departamento de Periodontia do Conselho Científico (Coci) da APCD, Ricardo Schmitutz Jahn, que é doutor em Ciências, mestre em Implantodontia, especialista em Periodontia e professor titular da disciplina de Periodontia e Implantodontia da Universidade de Santo Amaro, o periodontista tem uma grande área de atuação. “Pode atuar em Saúde Pública, dentro do programa de saúde da família, em hospitais compondo equipes de UTI, em Odontologia de grupo e em consultório particular. As ações de prevenção de doenças periodontais, diagnóstico, promoção de saúde e técnicas cirúrgicas para tratamento periodontal são as mais clássicas. As técnicas cirúrgicas estéticas e reconstrutivas são, atualmente, áreas muito procuradas para devolver boas condições aos pacientes. O periodontista também realiza a instalação de implantes dentários. Essa técnica é uma das ferramentas que o profissional utiliza para reconstruir sorrisos, associadas ou não às técnicas cirúrgicas estéticas, com correção de sorrisos gengivais e limitação de movimentos de lábio superior”.

Contribuições recentes da área

A Periodontia tem oferecido muitas contribuições para a população, e para a Odontologia. “Um grande mérito da especialidade no Brasil é a qualidade científica de sua produção acadêmica. Existem grupos de excelência espalhados pelo Brasil, em diversas linhas de pesquisa. Além da consolidação do tratamento e manutenção periodontal como fator primordial para a manutenção da saúde gengival/periodontal com consequente diminuição das exodontias, podemos ainda incluir (1) avanços no entendimento da microbiologia e os aspectos imunológicos das doenças periodontais, (2) estudos sobre materiais substitutos de enxertos ósseos, visando o tratamento mais previsível de lesões de furca e defeitos intraósseos, (3) uso de laser no tratamento das periodontites, (4) técnicas avançadas para restabelecimento da estética periodontal, com a possibilidade de uso de microcirurgia periodontal, e (5) interação com a medicina, através de estudos que avaliam a possibilidade das periodontites serem fatores de risco para outras doenças, tais como doenças cardiovasculares, prematuridade e baixo peso de bebês ao nascerem, diabetes mellitus, hipertensão arterial e doenças renais crônicas”, enumera Fisher.

A esta lista, o diretor do Coci acrescenta as reconstruções teciduais e uso de biomateriais. “A Periodontia também se destaca no uso de concentrados de plaquetas (PRP e PRF)”, destaca Jahn.

Desafios e próximos passos

Ricardo Jahn, diretor do Departamento de Periodontia do Coci da APCD, acredita que, provavelmente a Periodontia será a especialidade mais beneficiada pela evolução da biologia celular e da bioengenharia. “O uso de células-tronco, de fatores de crescimento e de proteínas serão muito estudados e devem apresentar um novo salto técnico-científico. No entanto, apesar da evolução dos materiais e das técnicas, as necessidades do ser humano continuam sendo as mesmas. Assim, os próximos passos deverão ser dados em direção às técnicas reconstrutivas, mas principalmente no diagnóstico e plano de tratamento de nossos pacientes”.

Para Ricardo Fisher, o principal desafio da área será valorizar o periodontista. “Não existe Odontologia de bom nível sem uma Periodontia forte. Ela é determinante para manutenção dos dentes saudáveis em longo prazo, é fundamental na movimentação ortodôntica principalmente em adultos, é fundamental na decisão de extração de determinado dente, e é fundamental no planejamento estético de reabilitação oral, incluindo ou não o uso de implantes osseointegrados”.

Um passo importante, na visão de Fisher, deveria ser a aproximação da Periodontia e Implantodontia. “A Implantodontia é uma especialidade que tem muitas afinidades com a Periodontia. Começa pelo planejamento da reabilitação, onde serão decididos quais dentes deverão ser mantidos e quais poderão ser extraídos. Isso é uma decisão conjunta onde o Periodontista é o profissional mais capacitado a oferecer um prognóstico adequado. Da mesma forma que está estabelecida a terapia de suporte periodontal como fator determinante na manutenção da saúde gengival/periodontal, visitas periódicas seriam fundamentais para a longevidade de implantes. A prevalência de peri-implantite varia entre 15-50% dos pacientes, dependendo do estudo avaliado. Os principais fatores de risco são má higiene oral, fumo e histórico de periodontite. Assim, é impensável a colocação de implantes sem que os pacientes tenham saúde periodontal”.

Outro passo importante mencionado pelo conselheiro fiscal da Sobrape “não só para a Periodontia, mas para a Odontologia e a medicina, seria o aprofundamento no conhecimento das relações da periodontite com outras doenças. É importante valorizar o aspecto biológico da Odontologia, da saúde em geral. Nesse aspecto, a Periodontia tem papel fundamental nesse entendimento. Revisões sistemáticas mostraram que a periodontite pode ser considerada um fator de risco moderado para doenças cardiovasculares. Outros estudos demonstraram que pacientes com periodontite já apresentavam sinais sub-clínicos de ateroesclerose, com disfunção endotelial e alterações funcionais na microvasculatura. Pacientes diabéticos apresentam maior risco de desenvolverem periodontite, enquanto pacientes com periodontite apresentam maior risco de desenvolverem diabetes, além de poderem dificultar o controle glicêmico desses pacientes. Já foi demonstrado que o tratamento periodontal diminui os níveis de marcadores inflamatórios séricos, em pacientes com periodontite. No entanto, o maior desafio para o periodontista será demonstrar que o tratamento periodontal é capaz de oferecer desfechos verdadeiros mais importantes para a vida do paciente. Assim, o tratamento periodontal diminuiria o risco de pacientes enfartarem, diminuiria os níveis pressóricos em pacientes hipertensos, melhoraria a função renal em pacientes renais crônicos e melhoraria o controle glicêmico em diabéticos”, enaltece.

“Como podemos ver, a valorização da Periodontia é fundamental para a prática odontológica de qualidade. Além disso, a prevenção e tratamento da periodontite, a doença inflamatória crônica mais comum no mundo, poderá ser importante para a manutenção da saúde geral do paciente”, finaliza Ricardo Guimarães Fisher.

Da Redação

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