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Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial: desafios e avanços na área - Portal APCD
APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas

Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial: desafios e avanços na área

Aprofundamento no estudo da área permite compreender as diferentes nuances da dor odontológica, seja ela referida ou não, e a importância das estruturas bucais na saúde local e sistêmica

Os primeiros relatos sobre dor orofacial no Brasil ocorreram em 1929, no III Congresso Odontológico Latino Americano. Já naquela ocasião, o professor Henrique Carlos Carpenter - que foi o primeiro diretor da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de 1933 a 1936 - apresentava a dificuldade no diagnóstico das neuralgias orofaciais e papel dos dentes como fonte de dor referida, bem como relatava as alterações emocionais nos pacientes com dor.

De acordo com a especialista, Astrid Marie Michaluate Arap “em reunião ocorrida em 1998, um comitê permanente com representantes do Conselho Federal de Odontologia (CFO), Conselhos Regionais e Cirurgiões-Dentistas de todo o Brasil (São Paulo foi representado pelo doutor José Tadeu Siqueira do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HC/FMUSP) debateu pela primeira vez a criação da especialidade Dor Orofacial. Depois de um ano, o comitê apresentou ao CFO um relatório constando área de atuação, carga horária mínima, currículo básico para a formação do especialista e o objetivo da criação desta especialidade. Em São Paulo, o Grupo de Estudos em Dor Orofacial da APCD - na época, comandado pelos doutores José Tadeu Siqueira e Cibele Nasri - teve papel fundamental no reconhecimento da Dor Orofacial como especialidade”, conta.

Mas foi apenas em 2001 durante a II Assembleia Nacional de Especialidades Odontológicas (ANEO) que ‘DTM e DOF’ foram reconhecidas como especialidades. “Finalmente em 2002, com apoio dos Cirurgiões-Dentistas Emil Razuk e Wilma Simões, dentre outros profissionais, a Dor Orofacial tornava-se especialidade odontológica”, lembra Astrid.

“Em junho de 2003, o CFO, por meio de bancas examinadoras nos estados, credenciou os Cirurgiões-Dentistas aprovados para obterem os certificados de especialistas. Foi o ‘ponta pé’ inicial. Hoje, no Brasil, somos mais de mil especialistas e temos inúmeros cursos de especialização. Em uma visão mundial, não são muitos os países que certificam especialistas em DTM e DOF”, destaca o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SBDOF), João Henrique Padula.

Campos de atuação

Definindo a Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial como “a especialidade que tem por objetivo promover e desenvolver uma base de conhecimentos científicos para melhor compreensão do diagnóstico e no tratamento das dores e distúrbios do sistema mastigatório, região orofacial e estruturas relacionadas”, em 2002, por meio da Resolução nº 25, o CFO estabeleceu como áreas de competência para atuação do especialista na área: a) diagnóstico e prognóstico das dores orofaciais complexas, particularmente aquelas de natureza crônica; b) diagnóstico e prognóstico das disfunções temporomandibulares; c) interrelacionamento e participação da equipe multidisciplinar de dor em Instituições de Saúde, de Ensino e de Pesquisa; d) realização de estudos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais das disfunções temporomandibulares e dores que se manifestam na região orofacial; e, e) controle e tratamento das dores orofaciais e disfunções temporomandibulares, por meio de procedimentos de competência odontológica.

Segundo o membro da Câmara Técnica de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (DTM DOF) do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), João Paulo Tanganeli, o especialista em DTM DOF encontra um enorme campo de atuação, ao diagnosticar e tratar um significativo contingente de portadores de dor orofacial, em especial as dores crônicas. “A possibilidade de atuar em grupos pluri disciplinares, em equipes de saúde, ensino e pesquisa também é uma realidade. As disfunções das ATMs são a principal área da especialidade, mas não a única. Dores neuropáticas, odontogênicas e até psicogênicas fazem parte do desafio diário do profissional da área”.

Conhecimentos da área contribuem para tratamentos menos invasivos

Para Astrid Arap, a maior compreensão dos mecanismos básicos de cronificação de dor pelos profissionais levou ao conhecimento dos amplos efeitos (locais e sistêmicos) nestes pacientes, além da comprovação do prejuízo da dor orofacial crônica na produtividade do indivíduo, assim como na sua condição emocional. “O aprofundamento no estudo da dor tem como objetivo desenvolver a maior compreensão científica e clínica referente à especialidade; aproximou os profissionais de áreas diferentes da saúde; permitiu compreender as diferentes nuances da dor odontológica, seja ela referida ou não, e a importância das estruturas bucais na saúde local e sistêmica. Os maiores beneficiários são os pacientes que terão diagnóstico preciso e maiores êxitos no tratamento, muitas vezes com abordagem multidisciplinar”.

Tanganeli acredita que “com o atual enfoque do exercício da especialidade baseado em evidências, aliando as pesquisas disponíveis, a experiência clínica e os anseios do paciente, muitos paradigmas tem sido modificados, beneficiando aos portadores de dor com a otimização das terapias, proporcionando tratamentos mais conservadores possíveis, com bons resultados”.

Considerando a alta prevalência de DTM e DOF na população, Padula considera de grande importância “que a primeira consulta do paciente seja feita pelo especialista na área, pois não temos, ainda, no conteúdo de graduação da Odontologia, a obrigatoriedade das matérias relativas à especialidade. Desta forma, há uma grande chance de profissionais não especialistas atenderem aos pacientes e, via de regra, instruí-los e tratá-los de forma equivocada. Quando isso ocorre, invariavelmente, temos um grave problema de saúde pública, pois os pacientes podem ser submetidos a informações desencontradas e a tratamentos invasivos dos mais variados métodos, sem o devido respaldo das evidências científicas atuais”.

Desafios e próximos passos da área

Os desafios ainda são muitos visto que a especialidade é relativamente nova. “Existe a necessidade de mais estudos epidemiológicos em Dor Orofacial, melhor formação sobre dor ainda na graduação, incluindo contato multidisciplinar. É importante que se adote uma abordagem mais ampla do paciente com dor, onde se leve em consideração aspectos biológicos, culturais, sociais e psicológicos. Na mesma conduta, também devemos considerar que o tratamento multidisciplinar nos leve a melhores resultados”, opina, Astrid Arap.

Além disso, segundo João Paulo Tanganeli, o especialista na área deve saber ouvir, sendo fundamental o relacionamento profissional/paciente. “É muito comum recebermos pacientes com longo histórico de dor, gerando estresse e sofrimento físico e emocional. É preciso ter espírito investigativo, persistência e enxergar o paciente como um todo, pois as comorbidades com outras dores crônicas são muito comuns. É fundamental estar atualizado e preparado para um exercício responsável e ético”.

“Precisamos sistematizar e divulgar a prática, o ensino e a pesquisa desta especialidade no país, interagindo nas instituições de ensino odontológico, incentivando a modernização dos materiais e dos métodos didáticos. Nesse sentido, a SBDOF elaborou o conteúdo programático para a graduação odontológica. Na saúde pública, após a formação da ‘comissão de saúde pública’, temos insistido junto à coordenação de saúde bucal do governo federal para inclusão da nossa especialidade no Sistema Único de Saúde (SUS). O principal objetivo é incluir nossos documentos no manual do programa Brasil Sorridente. Com a nossa especialidade ocupando o lugar merecido, mais e melhores informações chegarão aos colegas Cirurgiões-Dentist as, médicos e profissionais de saúde em geral, o que facilitará o encaminhamento ao especialista em DTM e Dor Orofacial e, consequentemente, a melhora da qualidade de vida dos pacientes”, finaliza João Henrique Padula.

Da Redação

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